segunda-feira, 20 de março de 2017

Tema de Reunião: A dimensão filosófica do trabalho científico (Parte III)


Fraternidade EMC – Pesquisa E Divulga:
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Caros leitores, 

Apresentamos nessa postagem especial a terceira e última parte em relação aos conceitos e importância da investigação científica, em relevância ao engrandecimento de pesquisas agregando valores à Ciência, e auxiliando no desenvolvimento do raciocínio lógico e da inteligência, bem como na extensão do pensamento e criatividade, de técnicas aplicadas estimulando nossas reflexões e concentrações, na continuidade da publicação da semana passada, avançando no desenvolvimento psíquico e mental.




A dimensão filosófica do trabalho científico
(Parte III)

Filosofia e construção de conceitos científicos


"“Além da atividade com os conceitos, existem outros aspectos filosóficos consubstanciais à ciência – nem exteriores a ela, nem posteriores – que participam igualmente do pensamento e do trabalho científicos, que se encarnam neles e que constituem, por assim dizer, o estofo do questionamento científico cotidiano (38). Tais são, principalmente, as questões referentes à natureza e a validade do conhecimento científico, à estrutura formal ou lógica das teorias, à determinação de sua relação com a experiência. Tais são, da mesma forma, certas disposições que Einstein atribui ao pesquisador, cujo conjunto pareceria eclético aos olhos do filósofo sistemático, mas que não são menos filosóficas pelo fato de cada uma delas não constituir um sistema: o projeto de representar uma realidade independente, a parte de convenção nesta construção, sua justificação pelo elo que possui com as experiências dos sentidos, a escolha do critério de simplicidade lógica... (39) A filosofia do conhecimento pode, certamente, considerar essas questões abstraindo a pratica particular de cada pesquisador relativamente a um problema dado, para alcançar – ou, pelo menos, para problematizar – as características gerais dessa forma de pensamento que é a ciência. Mas, de outro lado, essas concepções, sejam conscientes e críticas, ou não formuladas ou simplesmente herdadas, fazem parte do material a partir do qual trabalha o pesquisador: incorporadas às suas ferramentas intelectuais, elas influem sobre sua investigação mesma, representando, segundo o caso, um papel heurístico ou de bloqueio... Constituem elementos de seu programa, (40), e é quase sempre com referência a elas que um cientista julga o êxito, ou não, do que conseguiu (ele mesmo ou a ciência à qual está ligado).
Como tal, a filosofia se encontra na ciência, no seu movimento e textura e não somente na avaliação posterior de seus resultados. Compreendemos, então, como a atividade filosófica – mesmo considerada como simples atitude, predisposição ou sensibilidade particular a estes aspectos – pode estar presente no seio do trabalho científico. Esta atividade filosófica pode ser bastante explícita e adquirir importância decisiva na investigação científica, através da reflexão crítica do cientista sobre questões epistemológicas de natureza conceituai ou metodológica (41). O filósofo e o cientista, neste caso, constituem um só, não pela ocasião, mas pela natureza do conhecimento científico.
Se é preciso distinguir ciência e filosofia – distinção necessária mesmo após o que foi dito –, não é porque elas têm muito a ver uma com a outra e porque possuem implicações mútuas? Quando Alexandre Koyré declara que "está fora de dúvida que foi uma meditação filosófica que inspirou a obra de Einstein" – e que, portanto, "poderíamos dizer que, como Newton, ele foi filósofo tanto quanto físico" –, é a esta ligação constitutiva que ele faz referência. Ele remete tal ligação à afirmação de um "princípio metafísico" (42), que fez com que Einstein escolhesse alguns absolutos e rejeitasse outros. Absolutos esses (invariância, certos tipos de leis), fundados na "natureza que é a medida das coisas tal como elas são", e não mais em Deus (Newton) ou no sujeito cognoscente (Kant). Podemos, certamente, discutir, no detalhe, a argumentação de Koyré e encontrar alguma ambigüidade em sua afirmação segundo a qual "hoje como no tempo de Descartes um livro de física começa por um tratado filosófico" (43). Ela se presta a mal-entendidos se pensarmos que o trabalho científico começa pelo enunciado de uma posição ou de um problema filosófico. E o próprio conteúdo das questões científicas, consideradas em suas especificidades e nas tecnicidades de suas formulações, que revela ao mesmo tempo sua dimensão e seu alcance filosófico.
De sorte que pensamento físico e pensamento filosófico mantém estreita relação, da atividade criadora aos debates sobre interpretação. Mas as considerações gerais sobre a natureza exata desta relação são ainda imprecisas e somente o exame de situações efetivas, e dos pensamentos dos cientistas eles próprios, em sua diversidade, podem nos instruir.
A idéia de filosofia permanece ligada à modalidade de ser, ao mesmo tempo, uma atitude e uma atividade, com o que isto supõe de investigação pessoal e de " busca ". Era desse modo, como uma investigação que o engajava inteiramente, sem garantia alguma de chegar a um resultado visível, que Einstein concebia sua própria atividade científica. Ele emitiu, a este propósito, considerações sobre a oposição entre esta busca desinteressada e o ofício necessário para viver, invocando Spinoza, que vivia do ofício de artesão polidor de lentes (44). Einstein é, evidentemente, filósofo neste sentido geral, além das especializações. Mas é também na acepção mais precisa do termo filosofia, como questionamento racional desenvolvendo conceitos, buscando compreendê-los e ordenando suas significações, que nós consideraremos o pensamento de Einstein enquanto pensamento filosófico: de um lado, pelo objeto (de ciência) ao qual ele aplica seu pensamento e pela sua abordagem particular deste objeto; de outro lado, por sua reflexão epistemológica e filosófica a respeito da atividade do conhecimento científico. Este projeto apela a duas hipóteses de trabalho ligadas às considerações que precedem.”

(Nota: Trecho do artigo parcialmente publicado em Novos Estudos - CEBRAP, 28, 1990, p. 127-36, em tradução de Fernanda Peixoto Massi.)

Fonte: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40141993000300003


* Responsabilidade escrita, revisão, edição – Discípulo Elias
* Digitação, revisão – Patricia Kelly Hasselmann

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